O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, considerada um dos principais problemas de saúde pública mundial. Embora a vacinação tenha reduzido drasticamente a incidência da doença, surtos ainda ocorrem devido à queda da cobertura vacinal. Neste artigo, vamos explorar em detalhes sobre essa doença, seu agente causador, sintomas, transmissão, diagnóstico, tratamento e, principalmente, a relevância da vacinação como ferramenta de prevenção.
O que é o sarampo?
O sarampo é uma infecção viral aguda e altamente transmissível que afeta principalmente crianças, mas também pode acometer adultos não vacinados. A doença é caracterizada por febre alta, exantema (erupção cutânea), tosse, coriza e conjuntivite. Além disso, pode levar a complicações graves, como pneumonia, encefalite e morte, especialmente em indivíduos imunocomprometidos.
Qual vírus é causador da infecção?
A infecção é causada pelo Morbillivirus, pertencente à família Paramyxoviridae. O vírus tem predileção pelo trato respiratório e sistema imunológico, desencadeando uma resposta inflamatória generalizada. Ele é extremamente contagioso e pode permanecer ativo no ar e em superfícies por algumas horas.
Como ocorre a transmissão do sarampo?
O vírus é transmitido de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias expelidas ao tossir, espirrar ou falar. Sua transmissibilidade é uma das mais altas entre as doenças virais, superando 90% entre indivíduos suscetíveis.
Período de incubação e transmissão
- Incubação: O período varia de 7 a 18 dias após a exposição ao vírus.
- Transmissão: O indivíduo pode transmitir o vírus cerca de 4 dias antes e até 4 dias após o surgimento das erupções cutâneas.
Principais sintomas do sarampo
Os sintomas aparecem em duas fases:
1. Fase Prodrômica (inicial)
- Febre alta (acima de 38,5ºC);
- Coriza intensa e tosse seca;
- Conjuntivite com fotofobia;
- Manchas de Koplik (pequenos pontos brancos na mucosa bucal, pré-exantema).
2. Fase Exantemática
- Início das erupções cutâneas vermelhas no rosto e pescoço, se espalhando para o resto do corpo;
- Mal-estar intenso e fadiga;
- Perda de apetite.
Diagnóstico do sarampo
O diagnóstico é essencial para confirmar a infecção e orientar as medidas de controle epidemiológico.
1. Diagnóstico clínico
Baseia-se nos sintomas clássicos e histórico de exposição a indivíduos infectados.
2. Diagnóstico laboratorial
Para confirmação, são realizados exames laboratoriais, como:
- Sorologia: Pesquisa de anticorpos IgM e IgG contra o vírus do sarampo;
- RT-PCR: Detecta a presença do material genético do vírus;
- Cultura viral: Pouco utilizada na rotina.
Possíveis complicações da infecção
O sarampo pode levar a complicações graves, incluindo:
- Pneumonia viral e bacteriana;
- Otite média aguda;
- Encefalite (inflamação cerebral);
- Panencefalite esclerosante subaguda (PEES): Doença neurológica rara e fatal.
Tratamento do sarampo
Não existe um tratamento específico para eliminar a infecção viral. O manejo da doença é baseado em medidas de suporte:
- Hidratação e repouso;
- Uso de antipiréticos (ex: paracetamol) para febre;
- Vitamina A: Reduz a gravidade da doença, especialmente em crianças.
Importância da vacinação na prevenção
A vacinação é a única forma eficaz de prevenção contra o vírus. No Brasil, são utilizadas:
- Vacina Tríplice Viral: Protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
- Vacina Tetra Viral: Adiciona proteção contra varicela.
Esquema vacinal recomendado
- Primeira dose: Aos 12 meses (tríplice viral).
- Segunda dose: Aos 15 meses (tetra viral).
- Adultos não vacinados também devem receber duas doses.
A imunização em massa previne surtos e protege populações vulneráveis, sendo essencial manter altas taxas de cobertura vacinal.
Medidas preventivas adicionais
Além da vacinação, outras medidas ajudam a reduzir a transmissão:
- Isolamento de pacientes infectados;
- Higienização das mãos regularmente;
- Uso de máscaras em surtos;
- Evitar aglomerações em locais com alta incidência da doença.
Conclusão
Essa infecção viral pode trazer complicações graves, mas evitável por meio da vacinação. O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado ajudam a minimizar complicações. A adesão à vacinação é essencial para erradicar a doença e proteger toda a população.
Pessoas com comprometimento do sistema imunológico não devem tomar a vacina sem orientação médica.
Referências: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/measles https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sarampo