A gravidez é um momento de grandes transformações no corpo da mulher, mas algumas condições genéticas podem influenciar sua evolução. O Fator V de Leiden é uma mutação genética que aumenta o risco de trombose e pode estar diretamente ligado a perdas gestacionais recorrentes, pré-eclâmpsia e restrição do crescimento fetal.
A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível reduzir significativamente os riscos. Neste artigo, você entenderá como o Fator V de Leiden afeta a gravidez, quais exames podem detectá-lo e quais tratamentos podem garantir uma gestação mais segura.
O Que é o Fator V de Leiden?
O Fator V de Leiden é uma mutação genética no gene F5, responsável pela coagulação sanguínea. Ele torna o sangue mais propenso à formação de coágulos, aumentando o risco de trombofilia, trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
Nas gestantes, essa mutação pode comprometer a circulação placentária, levando a complicações sérias como abortos de repetição, descolamento prematuro de placenta e óbito fetal intrauterino.
Fator V de Leiden e Perda Gestacional: Qual a Relação?
Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais que favorecem um estado de hipercoagulabilidade para prevenir hemorragias no parto. No entanto, em mulheres com Fator V de Leiden, essa tendência à coagulação excessiva pode causar a formação de microtrombos na placenta, prejudicando o fluxo sanguíneo para o feto.
Os principais impactos dessa condição na gravidez incluem:
✅ Abortos espontâneos recorrentes – Especialmente no primeiro e segundo trimestres.
✅ Restrição do crescimento intrauterino (RCIU) – O feto recebe menos oxigênio e nutrientes, comprometendo seu desenvolvimento.
✅ Pré-eclâmpsia – A pressão alta na gravidez pode ser agravada pela presença de trombofilia.
✅ Descolamento prematuro de placenta – Pode levar a sangramentos graves e parto prematuro.
✅ Óbito fetal intrauterino – Em casos graves, a insuficiência placentária pode levar à morte fetal.
Sintomas e Diagnóstico do Fator V de Leiden
O Fator V de Leiden não apresenta sintomas evidentes, mas pode ser suspeitado em mulheres com histórico de trombose venosa profunda, embolia pulmonar ou perdas gestacionais repetidas.
Exames para Diagnóstico
A confirmação da mutação é feita por testes genéticos e exames de coagulação, como:
- Teste genético para Fator V de Leiden – Identifica a mutação no gene F5.
- Exames de coagulação – Incluem Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA).
- D-dímero – Avalia a presença de coágulos no organismo.
- Ultrassonografia com Doppler – Permite avaliar a circulação sanguínea na placenta.
Se houver suspeita, é fundamental que o diagnóstico seja feito antes da concepção ou nas primeiras semanas da gravidez.
Tratamento e Cuidados na Gravidez
O tratamento para mulheres com Fator V de Leiden é individualizado e depende do histórico clínico. Algumas estratégias incluem:
Anticoagulação com heparina de baixo peso molecular (HBPM): Seguro para a gestação, reduz riscos de trombose.
Acompanhamento obstétrico rigoroso: Exames periódicos para monitorar a circulação placentária.
Estilo de vida saudável: Alimentação equilibrada, hidratação e atividades físicas leves ajudam a manter a circulação sanguínea.
Evitar fatores de risco: Controle de peso, suspensão do tabagismo e acompanhamento de outras condições médicas.
É essencial que o pré-natal seja feito com uma equipe multidisciplinar, incluindo ginecologistas, obstetras e hematologistas especializados em gestação de alto risco.
Quando Procurar um Especialista?
Se você já teve perdas gestacionais recorrentes, histórico de trombose ou tem familiares com trombofilia, é importante buscar orientação médica antes de engravidar. A avaliação precoce permite um planejamento seguro da gestação e reduz complicações.
Os exames para investigar trombofilias podem ser solicitados nos seguintes casos:
✅ Abortos espontâneos sem causa aparente.
✅ História familiar de trombose ou embolia pulmonar.
✅ Pré-eclâmpsia ou descolamento de placenta em gestações anteriores.
✅ Perdas gestacionais recorrentes no primeiro ou segundo trimestre.
Conclusão
O Fator V de Leiden é uma condição genética que pode impactar a gravidez, aumentando o risco de perda gestacional e outras complicações obstétricas. No entanto, com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, mulheres com essa condição podem ter uma gravidez saudável.
Se você tem histórico de abortos recorrentes ou suspeita de trombofilia, converse com seu médico sobre a necessidade de exames e tratamentos específicos. O acompanhamento correto pode fazer toda a diferença para uma gestação segura e bem-sucedida.
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Referências: https://doi.org/10.1590/S0100-72032007001100003 https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2019AE4510